Poema Acabado
Agora choro baixinho
os ecos de saudade,
o prelúdio dos sonhos
e o verso dos jardins floridos.
É como uma espada
na estação das flores,
em sussurrantes devaneios
num instante feliz de mim.
Este suave infinito em azul
é uma asa cortada em cinzas
uma fuga mística, um suspiro
e um pedido de abrigo!
Dancei na tua meiguice,
e aí vivi no cume da vida
com novas ilusões, o fogo de Amor
em bulícios desvairados…
Nesta melancólica saudade
que irrompe no silêncio,
há um despertar rutilante
em uníssono de amar a vida.
Sonho a minha alma e liberto os meus véus
neste vazio obscuro de mim,
com palavras frágeis e efémeras
mas com a tua música no coração!
Neste cruciante silêncio da alma
fui em busca de inspiração,
em cada palavra transpirada,
neste vestíbulo de Amor e Paixão.
E hoje, o vento que aqui passou
trouxe-me saudades tuas…
dos nossos aturdidos sonhos e fantasias
e das nuvens coloridas…
Como as ondas do mar, carinho,
deixaste-me um travo a água salgada
neste peito em vaivém de dor
tornando a minha vida uma madrugada.
Hoje, vago entre a bonança
em busca de estrelas,
numa completa cessação de ventos,
como sol e lua na busca de sonhos teus.
Este é um poema acabado
que me faz beijar a tua boca
e percorrer linhas de um teu céu
num perpétuo beijo de poesia.
( © António Carlos Santos )