LXXXIV
Falta-me qualquer coisa que não sei,
Talvez uma vaga...uma manhã...um sol a aquecer-me o olhar!
Falta-me uma arvore onde possa descobrir as raizes dos dias
Posso dizer que vi já muita coisa...e que muita coisa foi demais para a minha vista
Já vi em cada recanto do mar...uma doçura e um fastio de algas azuis
Já sei que em toda a parte se sentam nas palavras...e depois calam-se,
Contemplando o rasar da luz pela tarde
Esquecendo-se do que esta por detras do parapeito das janelas!
Mas também quem quer saber o que está por detras das janelas?!
Quem se importa com cortinas de chita que tapam a luz que sai das casas?
Quando um dia ..o poente acordar na cama serena do mar
Entao já não será poente...será um outro tempo..a acenar...
E o poeta terá toda a vida...para entardecer!!!
Casimiro Mestre
https://folhasdeluar.blogs.sapo.pt/
(Foto JA)