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Viver é aceitar que cada minuto é um milagre que não poderá ser repetido..!

Saudade...a palavra do Ano!

Quero falar-te sobre saudade.

 
Sim, aquele sentimento que ocupa o vazio que fica depois da perda ou distância de alguém.
Quero que saibas que a saudade que tenho de ti, mesmo sendo do tamanho do mundo, não consegue ocupar o vazio que me deixaste ficar por não te poder abraçar.  
 
E por cada novo passo que dou, por cada nova incerteza, tenho também medo que o tamanho da saudade que tenho de ti possa nunca diminuir, por mais que o tempo passe. Sem me ter pedido licença, foi no meu coração que se instalou a tua ausência e ainda não me confirmou se algum dia partirá.
 
Chegou depressa demais, a saudade que tenho de ti. Mas chegou. Como um raio estrondoso e súbito, como o voo de um falcão peregrino ou de um mergulho de albatroz num mar revolto, sôfrego pelo cardume de peixe.
 
Agora, carrego essa saudade no peito, mas sei que será nesse lugar onde a felicidade vai morar, quando voltares a estar à distância de um abraço.
 
E é por isso que eu te peço que não fiques triste, por te falar de saudade.
 
Talvez o mundo rode ao mesmo ritmo do destino e talvez nada aconteça por acaso.
Talvez a nossa distância seja apenas um detalhe da longa caminhada da felicidade, e a saudade uma prova de que o mais importante da nossa viagem é e sempre foi, afinal, o mais simples.
 
Sabes, existe um sentido que tem a ver com o grau de imprevisibilidade de cada uma das nossas horas de vida e, por isso mesmo, a saudade me queira lembrar do quanto eu preciso de ti, em cada segundo que o meu coração bate.
 
Também te quero falar sobre esperança.
 
Dizer-te que esta rajada de vento se transformará numa leve brisa e que o mar se voltará a acalmar, terminado o temporal que te levou para longe de mim. 
 
Quanto isto acontecer, o sol voltará a brilhar e regressará a beleza de cada um dos nossos dias de liberdade.
 
Prometo que ficarei perto de ti, pondo fim à saudade que o meu peito carrega.
 
Autor: José Rodrigues
 

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Se eu pudesse...

.." deixava a vida fluir, esquecia-me dos teus defeitos e tu dos meus e com o tempo aprenderíamos a viver um com o outro sem nos cansarmos, sem nos magoarmos, sem sombras nem equívocos."
Se eu pudesse, levava-te agora para casa, sentavámo-nos a lareira a conversar explicava-te porque é que um dia reparei que existias e sem querer me esqueci do meu coração entre os teus dedos.
Se eu pudesse...mas não posso, porque ninguém caminha sozinho, uma ponte só se constrói se as duas margens deixarem e o rio só corre se a corrente o empurrar. E eu não sou mais que uma gota de água nesse rio parado, uma peça perdida de uma ponte desmantelada, um mapa riscado que se esqueceu de todos os caminhos, uma folha em branco que perdeu a caneta, um estandarte sem bandeira, uma voz sem som, uma mão sem a outra. Falta-me a tua voz, o teu desejo, o teu querer, o teu poder. Falta-me uma parte de mim que te dei e que agora já não podes devolver.
Um dia havemos de nos entender."
"MRP"

 

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Quem me quiser...!

Quem me quiser há-de saber as conchas
a cantiga dos búzios e do mar.
Quem me quiser há-de saber as ondas
e a verde tentação de naufragar.

... Quem me quiser há-de saber as fontes,
a laranjeira em flor, a cor do feno,
a saudade lilás que há nos poentes,
o cheiro de maçãs que há no inverno.

Quem me quiser há-de saber a chuva
que põe colares de pérolas nos ombros
há-de saber os beijos e as uvas
há-de saber as asas e os pombos.

Quem me quiser há-de saber os medos
que passam nos abismos infinitos
a nudez clamorosa dos meus dedos
o salmo penitente dos meus gritos.

Quem me quiser há-de saber a espuma
em que sou turbilhão, subitamente
- Ou então não saber coisa nenhuma
e embalar-me ao peito, simplesmente.

Rosa Lobato Faria

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