Do sonho.. o que fica!
Abri as janelas
que havia dentro de ti
e entrei abandonada
nos teus braços generosos...
Senti dentro de mim
o tempo a criar silêncio
para te beber altivo e pleno...
Mil vezes
repeti teu nome,
mil vezes,
de forma aveludada
e era a chave
que se expunha
e se reproduzia dentro de mim...
Já não sonho,
deixei de sonhar,
o sonho é poeira dos tempos
é a voz da extensão
é a voz da pureza
que brota na nossa doçura.
Quando abri as tuas janelas
e despi teus braços
perdi a vaidade
e a pressa,
amei a partida
e em silêncio abri,
(sem saber que abria)
uma noite húmida
que se fundiu em madrugada e me fez perder para sempre os teus abraços...