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Viver é aceitar que cada minuto é um milagre que não poderá ser repetido..!

Como gosto de ti...

 

Em que pensar, agora, senão em ti?
Tu, que me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a
manhã da minha noite.
É verdade que te podia Dizer
“ Como é mais fácil deixar que as coisas
não mudem, sermos o que sempre fomos, mudarmos
apena...s dentro de nós próprios?”
 Mas ensinaste-me
a sermos dois; e a ser contigo aquilo que sou,
até sermos um apenas no amor que nos une,
contra a solidão que nos divide.
 Mas é isto o amor,
ver-te mesmo quando te não vejo, ouvir a tua
voz que abre as fontes de todos os rios, mesmo
ele que mal corria quando por ele passámos,
subindo a margem em que descobri o sentido
de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo
que o tempo nos rouba.
 Como gosto, meu amor,
de chegar antes de ti para te ver chegar: com
a surpresa dos teus cabelos, e o teu rosto de água
fresca que eu bebo, com esta sede que não passa. Tu:
a primavera luminosa da minha expectativa,
a mais certa certeza de que gosto de ti, como
gostas de mim, até ao fim do mundo que me deste.

Nuno Júdice
Foto: Em que pensar, agora, senão em ti? Tu, que me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a manhã da minha noite. É verdade que te podia Dizer “ Como é mais fácil deixar que as coisas não mudem, sermos o que sempre fomos, mudarmos apenas dentro de nós próprios?” Mas ensinaste-me a sermos dois; e a ser contigo aquilo que sou, até sermos um apenas no amor que nos une, contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor, ver-te mesmo quando te não vejo, ouvir a tua voz que abre as fontes de todos os rios, mesmo ele que mal corria quando por ele passámos, subindo a margem em que descobri o sentido de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo que o tempo nos rouba. Como gosto, meu amor, de chegar antes de ti para te ver chegar: com a surpresa dos teus cabelos, e o teu rosto de água fresca que eu bebo, com esta sede que não passa. Tu: a primavera luminosa da minha expectativa, a mais certa certeza de que gosto de ti, como gostas de mim, até ao fim do mundo que me deste. Nuno Júdice Fábrica de Escrita

 

Que dia é este?

 
Afinal, que dia é este em que todas as palavras podem ser ditas?
Será porque o amanhecer já entardeceu na tua boca
e os teus olhos me fazem sinais para que te descubra todas as verdades?
E que verdades são essas que queres que te diga?
Que tempo é este, que o mar me anuncia, em vagas azuis e espumadas
... perfumadas de maresias incompletas?
Não me queiras ouvir dizer coisas
que o mar já te disse e tu não escutaste.
Afinal, que noite é esta em que adormeces
no silêncio vazio das coisas que te inquietam?
Fosse eu a tua obliquidade e todas as formas seriam nossas…
Fosse eu quem não sou e todas as coisas te seriam reveladas
Pelas palavras já mudas
que me definham, neste coração, opaco,
que sucumbe e morre
na ânsia de te querer tanto.
Afinal, que dia é este,
Que chega ao fim
e em que todas as palavras continuam por ser ditas?


*Magnólia*
 

Dia 46


São as pessoas como tu que fazem com que o nada queira dizer-nos algo, as coisas vulgares se tornem coisas impor-tantes e as preocupações maiores sejam de facto mais pe-quenas.
...
São as pessoas como tu que dão outra dimensão aos dias, transformando a chuva em delirante orvalho e fazendo do inverno uma estação de rosas rubras.

As pessoas como tu possuem não uma, mas todas as vidas.
Pessoas que amam e se entregam porque amar é também partilhar as mãos e o corpo.
Pessoas que nos escutam e nos beijam e sabem transformar o cansaço numa esperança aliciante, tocando-nos o rosto com dedos de água pura, soltando-nos os cabelos com a leveza do pássaro ou a firmeza da flecha.

São as pessoas como tu que nos respiram e nos fazem ins-pirar com elas o azul que há no dorso das manhãs, e nos estendem os braços e nos apertam até sentirmos o coração transformar o peito numa música infinita.
São as pessoas como tu que nunca nos pedem nada mas têm sempre tudo para dar, e que fazem de nós nem ícaros nem prisioneiros, mas homens e mulheres com a estatura da vida, capazes da beleza e da justiça, do sofrimento e do amor.
São as pessoas como tu que, interrogando-nos, se interrogam, e encontram respostas para todas as perguntas nos nossos olhos e no nosso coração.
As pessoas que por toda a parte deixam uma flor para que ela possa levar beleza e ternura a outras mãos.
Essas pessoas que estão sempre ao nosso lado para nos ensinar em todos os momentos, ou em qualquer momento, a não sentir o medo, a reparar num gesto, a escutar um violino.
São as pessoas como tu que ajudam a transformar o mundo.

 

Joaquim Pessoa

 

 


 

JOAQUIM PESSOA, in ANO COMUM (Litexa, 2011)Dia 46São as pessoas como tu que fazem com que o nada queira dizer-nos algo, as coisas vulgares se tornem coisas impor-tantes e as preocupações maiores sejam de facto mais pe-quenas.São as pessoas como tu que dão outra dimensão aos dias, transformando a chuva em delirante orvalho e fazendo do inverno uma estação de rosas rubras.As pessoas como tu possuem não uma, mas todas as vidas.Pessoas que amam e se entregam porque amar é também partilhar as mãos e o corpo. Pessoas que nos escutam e nos beijam e sabem transformar o cansaço numa esperança aliciante, tocando-nos o rosto com dedos de água pura, soltando-nos os cabelos com a leveza do pássaro ou a firmeza da flecha.São as pessoas como tu que nos respiram e nos fazem ins-pirar com elas o azul que há no dorso das manhãs, e nos estendem os braços e nos apertam até sentirmos o coração transformar o peito numa música infinita.São as pessoas como tu que nunca nos pedem nada mas têm sempre tudo para dar, e que fazem de nós nem ícaros nem prisioneiros, mas homens e mulheres com a estatura da vida, capazes da beleza e da justiça, do sofrimento e do amor.São as pessoas como tu que, interrogando-nos, se interrogam, e encontram respostas para todas as perguntas nos nossos olhos e no nosso coração. As pessoas que por toda a parte deixam uma flor para que ela possa levar beleza e ternura a outras mãos. Essas pessoas que estão sempre ao nosso lado para nos ensinar em todos os momentos, ou em qualquer momento, a não sentir o medo, a reparar num gesto, a escutar um violino.São as pessoas como tu que ajudam a transformar o mundo.*Óleo s/ tela: But a Moment, Revisited, por Jenedy Paige*(LT)
 
Óleo s/ tela: But a Moment, Revisited, por Jenedy Paige

Porque foste...

 
Porque foste na vida
A última esperança
Encontrar-te me fez criança
Porque já eras meu
Sem eu saber sequer
... Porque és o meu homem
E eu tua mulher

Porque tu me chegaste
Sem me dizer que vinhas
E tuas mãos foram minhas com calma
Porque foste em minh’alma
Como um amanhecer
Porque foste o que tinha de ser.

Vinicius de Moraes

 

Reflexos...

Limpas a lágrima que te foi oferecida mas que não foi desejada e recusas o espelho que um dia te mostrou a limpidez do olhar já perdido.

Penduras na alma a insensatez das palavras que ainda te ecoam anunciando o fim e chegas à conclusão de que não tens força para acordares.

Não tens vontade de te misturares com o mundo que te espera atrás da porta, ainda fechada.

Sentas-te em silêncio, na cama e tapas os ouvidos para não escutares os pensamentos que te visitam, apesar de não os quereres para ti. -

Estes pensamentos não são meus – dizes-te baixinho, não vão eles acordar também as angústias, o insensato, as verdades, as mentiras e as omissões, que guardas nessa caixa que te recusas a abrir.

Depois, e porque é urgente a vida, apesar de ser ingrata e desordeira, sacodes a tua existência e retomas a normalidade que te é exigida todos os dias, pelos outros.

Quando chegas à rua, és tão mentirosa, que até o dia acredita que és feliz...

 

A. Luz

 

Limpas a lágrima que te foi oferecida mas que não foi desejada e recusas o espelho que um dia te mostrou a limpidez do olhar já perdido. Penduras na alma a insensatez das palavras que ainda te ecoam anunciando o fim e chegas à conclusão de que não tens força para acordares. Não tens vontade de te misturares com o mundo que te espera atrás da porta, ainda fechada. Sentas-te em silêncio, na cama e tapas os ouvidos para não escutares os pensamentos que te visitam, apesar de não os quereres para ti. - Estes pensamentos não são meus – dizes-te baixinho, não vão eles acordar também as angústias, o insensato, as verdades, as mentiras e as omissões, que guardas nessa caixa que te recusas a abrir. Depois, e porque é urgente a vida, apesar de ser ingrata e desordeira, sacodes a tua existência e retomas a normalidade que te é exigida todos os dias, pelos outros.Quando chegas à rua, és tão mentirosa, que até o dia acredita que és feliz...A. Luz

Doce calimero...

 

Chegaste.
Eu não te esperava.
Contigo trouxeste a ternura, o desejo e, mais tarde o medo.
Chegaste e eu não conhecia essa ternura, esse desejo.
Em casa, no meu quarto, neste quarto revi os teus olhos na memória, a ternura, o desejo. E, depo...is, aquilo que eu sabia, o medo.
E passou tempo. Eu e tu sentimos esse tempo a passar, mas quando nos encontramos de novo, soubemos que não nos tinhamos separado.

José Luís Peixoto
 
Foto: Chegaste. Eu não te esperava. Contigo trouxeste a ternura, o desejo e, mais tarde o medo. Chegaste e eu não conhecia essa ternura, esse desejo. Em casa, no meu quarto, neste quarto revi os teus olhos na memória, a ternura, o desejo. E, depois, aquilo que eu sabia, o medo. E passou tempo. Eu e tu sentimos esse tempo a passar, mas quando nos encontramos de novo, soubemos que não nos tinhamos separado..José Luís Peixoto.www.facebook.com/Feel.in.Black.and.White.
 

A tua ausencia...

Quero dizer-te uma coisa simples: a tua ausência dói-me. Refiro-me a essa dor que não magoa, que se limita à alma; mas que não deixa, por isso, de deixar alguns... sinais - um peso nos olhos, no lugar da tua imagem, e um vazio nas mãos. Como se as tuas mãos lhes tivessem roubado o tacto. São estas as formas do amor, podia dizer-te; e acrescentar que as coisas simples também podem ser complicadas, quando nos damos conta da diferença entre o sonho e a realidade. Porém, é o sonho que me traz a tua memória; e a realidade aproxima-me de ti, agora que os dias correm mais depressa, e as palavras ficam presas numa refracção de instantes, quando a tua voz me chama de dentro de mim - e me faz responder-te uma coisa simples, como dizer que a tua ausência me dói.

Nuno Júdice

 

Quero dizer-te uma coisa simples: a tua ausência dói-me. Refiro-me a essa dor que não magoa, que se limita à alma; mas que não deixa, por isso, de deixar alguns sinais - um peso nos olhos, no lugar da tua imagem, e um vazio nas mãos. Como se as tuas mãos lhes tivessem roubado o tacto. São estas as formas do amor, podia dizer-te; e acrescentar que as coisas simples também podem ser complicadas, quando nos damos conta da diferença entre o sonho e a realidade. Porém, é o sonho que me traz a tua memória; e a realidade aproxima-me de ti, agora que os dias correm mais depressa, e as palavras ficam presas numa refracção de instantes, quando a tua voz me chama de dentro de mim - e me faz responder-te uma coisa simples, como dizer que a tua ausência me dói.Nuno Júdice @[462489187097501:274:Fábrica de Escrita]



Dores da alma..!

Amanhã, se passares por cá,
Não te esqueças de trazer, o mar nos teus olhos,
nas tuas mãos uma flor,
e no teu coração, traz o meu.
Só agora me lembrei que o deixei coladinho ao teu
no dia em que mo roubaste…
Magnolia

Foto: Amanhã, se passares por cá,Não te esqueças de trazer, o mar nos teus olhos,nas tuas mãos uma flor, e no teu coração, traz o meu.Só agora me lembrei que o deixei coladinho ao teu no dia em que mo roubaste…Magnólia

Memories...

desculpa, amor, mas continuo a querer-te, continuo a desejar que voltes, ou que eu volte, já não sei o que é mais impossível no meio disto tudo, tu voltares ou eu voltar, e não penses que me enganei com as palavras, não penses que eu não sei que disse que tu podes voltar, voltar, sim, voltar, já aqui estiveste, os teus olhos são daqui, és daqui e não daí, estás aqui, vagueias aqui por mais que o teu processo esteja atrasado.

Pedro Chagas Freitas
 
Foto: desculpa, amor, mas continuo a querer-te, continuo a desejar que voltes, ou que eu volte, já não sei o que é mais impossível no meio disto tudo, tu voltares ou eu voltar, e não penses que me enganei com as palavras, não penses que eu não sei que disse que tu podes voltar, voltar, sim, voltar, já aqui estiveste, os teus olhos são daqui, és daqui e não daí, estás aqui, vagueias aqui por mais que o teu processo esteja atrasado.Pedro Chagas FreitasFábrica de Escrita