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TERAPIA DAS PALAVRAS...

Viver é aceitar que cada minuto é um milagre que não poderá ser repetido..!

TERAPIA DAS PALAVRAS...

Viver é aceitar que cada minuto é um milagre que não poderá ser repetido..!

O Amor, meu Amor...

Nosso amor é impuro
como impura é a luz e a água
e tudo quanto nasce
e vive além do tempo.

Minhas pernas são água,
as tuas são luz
e dão a volta ao universo
quando se enlaçam
até se tornarem deserto e escuro.
E eu sofro de te abraçar
depois de te abraçar para não sofrer.

E toco-te
para deixares de ter corpo
e o meu corpo nasce
quando se extingue no teu.

E respiro em ti
para me sufocar
e espreito em tua claridade
para me cegar,
meu Sol vertido em Lua,
minha noite alvorecida.

Tu me bebes
e eu me converto na tua sede.
Meus lábios mordem,
meus dentes beijam,
minha pele te veste
e ficas ainda mais despida.

Pudesse eu ser tu
E em tua saudade ser a minha própria espera.

Mas eu deito-me em teu leito
Quando apenas queria dormir em ti.

E sonho-te
Quando ansiava ser um sonho teu.

E levito, voo de semente,
para em mim mesmo te plantar
menos que flor: simples perfume,
lembrança de pétala sem chão onde tombar.

Teus olhos inundando os meus
e a minha vida, já sem leito,
vai galgando margens
até tudo ser mar.
Esse mar que só há depois do mar.

 

 

Mia Couto,  in “idades cidades divindades

 

 

imagem retirada de : thejackdesigner.wordpress.com

 

 

 

 

 

 

 

...Não sinto nada mais ou menos,,,

 

Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto.
Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja.
Não me apetece viver histórias medíocres, p...aixões não correspondidas e pessoas água com açúcar.
Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente para me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas histórias caso não possa vivê-las.
Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia.
Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada.
Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crer que é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre."

Gabriel García Márquez

 

 

Hoje,,,

 
Hoje, só uma razão me trouxe até aqui, ao pé de ti.
O vazio que sempre me deixa, a tua ausência.
Talvez volte amanhã, ou depois…
Se eu não voltar mais, vou pedir ao vento, que sempre te dê notícias minhas.
E se um dia, o vento se negar, por canseira ou teimosia, a dizer-te o quanto me fazes falta, deixo recado nalguma nuvem que passe no céu.
... O importante, é que saibas, que estou aqui.
Por ti.
Para ti.

*Magnólia*
 

Pensamento para hoje,,,

"Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. É permitir que voe sem que nos leve junto. É aceitar que a esperança há muito se desprendeu do sonho. É aceitar doer inteiro até florir de novo. É abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais."
Ana Jácomo

 

Leio-te nas Coisas Mais Simples...!

 

Leio-te nas coisas mais simples, sabias?
Sei quando me queres muito,
pouco
... e até mesmo, quando não me queres.
Nesses dias, nos dias em que silenciosa, passas pela vida, eu não sou ninguém.
Disfarço, é claro que disfarço, mantenho o meu sorriso mas, o sabor amargo que se espalha pelo meu corpo, quase não o consigo suportar.
E o pior é que tu sabes…
Mas quero-te tanto, mesmo assim…
Quero-te mesmo nos dias em que não me queres.
Nesses dias, quero-te ainda mais.
Nesses dias quero-te inteira e por isso, recolho os teus fragmentos, os pequenos fragmentos de ti e amo-te, dolorosamente.
Há pouco, olhava-te pelo canto do olho, enquanto te vestias e cantarolavas uma canção que eu não conhecia.
Por que cantas tu canções que eu não conheço?
Por que não cantamos, ambos, a mesma canção?
Despreocupadamente, vestias-te, dengosa, olhando o espelho, que te mostrava a mulher que realmente és e como se nada se tivesse passado ontem, como se a noite que passámos juntos, fosse só mais outra noite.
É que para mim, nunca é só mais uma noite…
Para mim é sempre como se fosse a primeira noite…
E era assim que eu queria que fosse, para ti também…
Desisti!
Olhando-te já vestida, enquanto, à pressa, passavas o brilho pelos lábios, percebi, o quanto a tua tão mal disfarçada paciência para mim, me magoava.
Saíste, enviando-me um beijo, rápido, com a ponta dos dedos e eu perguntei-te, qual menino apaixonado, quando é que te ia ver outra vez.
Respondeste-me, alegre, continuando a cantarolar a mesma canção, que eu não conheço:
- Quando Deus quiser…
Leio-te nas coisas mais simples, sabias?
E hoje percebi, que tu és o livro, que me vai acompanhar até ao resto dos meus dias e que eu para ti, sou somente mais um leitor, apaixonado, pelo romance que nunca irá compreender.

A. Luz
 
LEIO-TE NAS COISAS MAIS SIMPLESLeio-te nas coisas mais simples, sabias?Sei quando me queres muito,poucoe até mesmo, quando não me queres.Nesses dias, nos dias em que silenciosa, passas pela vida, eu não sou ninguém.Disfarço, é claro que disfarço, mantenho o meu sorriso mas, o sabor amargo que se espalha pelo meu corpo, quase não o consigo suportar.E o pior é que tu sabes…Mas quero-te tanto, mesmo assim…Quero-te mesmo nos dias em que não me queres.Nesses dias, quero-te ainda mais.Nesses dias quero-te inteira e por isso, recolho os teus fragmentos, os pequenos fragmentos de ti e amo-te, dolorosamente.Há pouco, olhava-te pelo canto do olho, enquanto te vestias e cantarolavas uma canção que eu não conhecia.Por que cantas tu canções que eu não conheço?Por que não cantamos, ambos, a mesma canção?Despreocupadamente, vestias-te, dengosa, olhando o espelho, que te mostrava a mulher que realmente és e como se nada se tivesse passado ontem, como se a noite que passámos juntos, fosse só mais outra noite.É que para mim, nunca é só mais uma noite…Para mim é sempre como se fosse a primeira noite…E era assim que eu queria que fosse, para ti também…Desisti!Olhando-te já vestida, enquanto, à pressa, passavas o brilho pelos lábios, percebi, o quanto a tua tão mal disfarçada paciência para mim, me magoava.Saíste, enviando-me um beijo, rápido, com a ponta dos dedos e eu perguntei-te, qual menino apaixonado, quando é que te ia ver outra vez.Respondeste-me, alegre, continuando a cantarolar a mesma canção, que eu não conheço:- Quando Deus quiser…Leio-te nas coisas mais simples, sabias?E hoje percebi, que tu és o livro, que me vai acompanhar até ao resto dos meus dias e que eu para ti, sou somente mais um leitor, apaixonado, pelo romance que nunca irá compreender.A. Luz
 

"As palavras que nunca te disse.."

Conhecemo-nos um dia, na imensidão da solidão que nos rodeava e quando pensávamos que tínhamos esgotado todas as palavas, todos os lamentos, todos os fins de tarde matizados de lilases e azuis e quando a esperança era apenas uma palavra de nove letras, que se deveria escrever, sempre, com letra maiúscula. Olhámo-nos com a espectativa a escorre-nos dos olhos e disfarçando o medo de sentirmos em simultâneo, um sentimento a que os poetas, esses ilustradores das palavras, dão o nome de amor. Já ambos tínhamos amado, desamado…

Já ambos tínhamos sido gloriosamente felizes e perdidamente infelizes.

Já ambos conhecíamos a amargura das palavras que são pronunciadas quando o amor acaba ou simplesmente, quando adormece nos nossos corações. ...

Já ambos estávamos esgotados de lutar, contra moinhos que só nós víamos. Só nós sabíamos o sabor que tinha a perda, a ingratidão e o silêncio.

Talvez fosse por isso que os nossos olhos, sofredores de grandes guerras, se tivessem prendido e falado coisas que só no silêncio se dizem.

A verdade é que foi um momento de perfeita comunhão. Um momento único, que para sempre ficou tatuado, na parte mais profunda das nossa almas.

 Mas, faltava-nos, a ambos, aquela palavrinha mágica das nove letras, que se chama esperança.

Por isso, eu parti no teu coração, quando te afastaste e tu ficaste prisioneiro do meu, até ao dia em que a vida nos puser, outra vez, na mesma estrada e a desilusão tenha dado lugar de novo ao encantamento.

A selar aquele dia ficou um beijo, dado de fugida, ao canto da boca, e o adeus que não dissemos.

 

A. luz

 

Conhecemo-nos um dia, na imensidão da solidão que nos rodeava e quando pensávamos que tínhamos esgotado todas as palavas, todos os lamentos, todos os fins de tarde matizados de lilases e azuis e quando a esperança era apenas uma palavra de nove letras, que se deveria escrever, sempre, com letra maiúscula.Olhámo-nos com a espectativa a escorre-nos dos olhos e disfarçando o medo de sentirmos em simultâneo, um sentimento a que os poetas, esses ilustradores das palavras, dão o nome de amor.Já ambos tínhamos amado, desamado…Já ambos tínhamos sido gloriosamente felizes e perdidamente infelizes. Já ambos conhecíamos a amargura das palavras que são pronunciadas quando o amor acaba ou simplesmente, quando adormece nos nossos corações.Já ambos estávamos esgotados de lutar, contra moinhos que só nós víamos.Só nós sabíamos o sabor que tinha a perda, a ingratidão e o silêncio.Talvez fosse por isso que os nossos olhos, sofredores de grandes guerras, se tivessem prendido e falado coisas que só no silêncio se dizem.A verdade é que foi um momento de perfeita comunhão. Um momento único, que para sempre ficou tatuado, na parte mais profunda das nossa almas.Mas, faltava-nos, a ambos, aquela palavrinha mágica das nove letras, que se chama esperança.Por isso, eu parti no teu coração, quando te afastaste e tu ficaste prisioneiro do meu, até ao dia em que a vida nos puser, outra vez, na mesma estrada e a desilusão tenha dado lugar de novo ao encantamento.A selar aquele dia ficou um beijo, dado de fugida, ao canto da boca, e o adeus que não dissemos.A. luz

Dia S.Valentim

 

Ouves a melodia dos meus olhos?
Um mar de terra-mãe-mulher-amante,
Foi a mais bela canção que compus pra ti,
... Numa noite em que a lua se engalanou,
Vestindo-se de prata em órbita de marfim,

Foi na lua do olhar que te conheci…
Nesse teu sorriso de flores campestres,
Enfeitando-me com malmequeres e papoilas,
Perfumadas com teus lábios de mel,
Na mais bela canção poema de amor

Ouves a melodia dos meus olhos?
São notas musicais que me nascem da alma,
São cordas de violino gemendo em sussurro,
Num poema de onde sais só para mim,
E me faz flutuar num espaço infindo,

É assim neste voo que te quero…
Este querer sem querer, sem ter fim,
Somo-nos parte de nós próprios,
No momento que nos desenhamos
Com traços de nosso amor labiríntico,

Ouves a melodia dos meus olhos?
Nos dedos que se entrelaçam em silêncio?

Inspira-me… respira-me… absorve-me,
Em cada laivo de essência
Que nasce e renasce intenso e doce,
Neste pensar-te,
Neste a-mar-te,
Pausadamente …indecifrável,
Sem olhar o tempo que nos domina!

Cristina Correia

"Dia dos Namorados" <3Ouves a melodia dos meus olhos?Um mar de terra-mãe-mulher-amante,Foi a mais bela canção que compus pra ti,Numa noite em que a lua se engalanou,Vestindo-se de prata em órbita de marfim,Foi na lua do olhar que te conheci…Nesse teu sorriso de flores campestres,Enfeitando-me com malmequeres e papoilas,Perfumadas com teus lábios de mel,Na mais bela canção poema de amorOuves a melodia dos meus olhos?São notas musicais que me nascem da alma,São cordas de violino gemendo em sussurro,Num poema de onde sais só para mim,E me faz flutuar num espaço infindo,É assim neste voo que te quero…Este querer sem querer, sem ter fim,Somo-nos parte de nós próprios,No momento que nos desenhamosCom traços de nosso amor labiríntico,Ouves a melodia dos meus olhos?Nos dedos que se entrelaçam em silêncio?Inspira-me… respira-me… absorve-me,Em cada laivo de essência Que nasce e renasce intenso e doce,Neste pensar-te,Neste a-mar-te,Pausadamente …indecifrável,Sem olhar o tempo que nos domina!C.C.
 

Não te amo como se fosses rosa de sal...

Não te amo como se fosses rosa de sal...

Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou seta de cravo que propagam o fogo:
amo-te como se amam certamente... coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Amo-te como a planta que não floriu e tem
dentro de si, escondida, a luz das flores,
e, graças ao teu amor, vive obscuro em meu corpo
o denso aroma que subiu da terra.

Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
amo-te directamente sem problemas nem orgulho:
amo-te assim porque não sei amar de outra maneira,

a não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és,
tão perto que a tua mão no meu peito é minha,
tão perto que os teus olhos se fecham com meu sono.

PABLO NERUDA
 
Foto: Agua Sexual Rodando a goterones solos, a gotas como dientes, a espesos goterones de mermelada y sangre, rodando a goterones, cae el agua, como una espada en gotas, como un desgarrador río de vidrio, cae mordiendo, golpeando el eje de la simetría, pegando en las costuras del alma, rompiendo cosas abandonadas, empapando lo oscuro. Solamente es un soplo, más húmedo que el llanto, un líquido, un sudor, un aceite sin nombre, un movimiento agudo, haciéndose, espesándose, cae el agua, a goterones lentos, hacia su mar, hacia su seco océano, hacia su ola sin agua. Veo el verano extenso, y un estertor saliendo de un granero, bodegas, cigarras, poblaciones, estímulos, habitaciones, niñas durmiendo con las manos en el corazón, soñando con bandidos, con incendios, veo barcos, veo árboles de médula erizados como gatos rabiosos, veo sangre, puñales y medias de mujer, y pelos de hombre, veo camas, veo corredores donde grita una virgen, veo frazadas y órganos y hoteles. Veo los sueños sigilosos, admito los postreros días, y también los orígenes, y también los recuerdos, como un párpado atrozmente levantado a la fuerza estoy mirando. Y entonces hay este sonido: un ruido rojo de huesos, un pegarse de carne, y piernas amarillas como espigas juntándose. Yo escucho entre el disparo de los besos, escucho, sacudido entre respiraciones y sollozos. Estoy mirando, oyendo, con la mitad del alma en el mar y la mitad del alma en la tierra, y con las dos mitades del alma miro al mundo. y aunque cierre los ojos y me cubra el corazón enteramente, veo caer un agua sorda, a goterones sordos. Es como un huracán de gelatina, como una catarata de espermas y medusas. Veo correr un arco iris turbio. Veo pasar sus aguas a través de los huesos. PABLO NERUDA

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