Silêncio onde havia nós!
Houve promessas em nossa voz,
planos que tão bem fizemos.
Havia uma calma entre nós —
daquelas que só o amor sabe fazer bonito.
Mas tudo que é sutil,
também sabe ser fatal.
A gente não brigou,
a gente só deixou de ser igual.
Primeiro, sumiram os olhares longos,
depois, os toques demorados.
O “como foi seu dia?” virou formalidade,
e o “estou aqui” foi ficando calado.
Fomos nos perdendo assim,
em gestos que não voltaram.
Em ausências pequenas,
que, juntas, nos apagaram.
Não teve dor explícita,
nem adeus nas nossas bocas,
Só a distância morando
no meio da nossa espera.
Hoje, olho pra trás e vejo:
não foi falta de amor,
foi falta de cuidar do tempo,
de ouvir o que calava a dor.
Ficou um vazio quieto,
um espaço que era teu.
Um quase pra sempre,
que nunca aconteceu.
Calimero




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